Modelo de atendimento clínico na clínica social
Para uma melhor compreensão, o nosso modelo de atendimento na clínica de responsabilidade social será dividido em etapas:
1. Justificativa
O desenvolvimento do nosso modelo clínico foi construído em face das necessidades exigidas pelo formato da construção do Curso de Formação de Profissionais que Trabalham nos Atendimentos de Casais e Famílias.
A sistematização do método se estrutura a partir dos fundamentos teóricos do “pensar sistêmico” e do “pensar complexo”, dos exercícios Sistêmico-Vinculares e atendimentos e supervisões clínicas.
A composição desses elementos foram os pilares básicos para a construção de um método cuja finalidade é capacitar e instrumentalizar os alunos na formação de atendimentos dos casais, famílias e indivíduos sob a óptica do paradigma sistêmico e da complexidade.
O formato dos atendimentos clínicos a partir de uma Abordagem Sistêmica Breve exigia no seu construto, as seguintes etapas:
A clínica oferece atendimentos clínicos gratuitos para as famílias e casais de alta vulnerabilidade social.
Esses atendimentos clínicos são gravados em vídeos para serem utilizados na formação dos alunos, bem como para apresentação em congressos, seminários, aulas expositivas, workshops.
2. Objetivo
O modelo de atendimento clínico fundamentado na abordagem Sistêmica Vincular visa capacitar e instrumentalizar os alunos em formação sob a óptica do paradigma sistêmico. Essa premissa tem a sua configuração no tripé fundamentos teóricos, exercícios sistêmicos vinculares, atendimentos clínicos e supervisão clínica ao vivo, cuja finalidade é construir a intersecção teoria e prática.
3. Desenvolvimento do Método de Atendimento Clínico - Primeiro Contato
A ficha de inscrição para o atendimento clínico das famílias e dos casais fica disponível na secretaria da escola/clínica social ou no site. Essa ficha contém os seguintes itens, a serem preenchidos pela secretária(o) no primeiro telefonema em que o membro da família ou do casal procura ajuda:
4. Desenvolvimento do Método de Atendimento Clínico - Segundo Contato
Enfim, algum evento previsível ou imprevisível que possa ajudar o profissional a correlacionar qual a função daquele sintoma, naquele sistema familiar e conjugal, e mais o porquê do desencadear dessa sintomatologia, nessa fase de transição do ciclo vital familiar.
Após essa pequena entrevista e a construção do genograma familiar sucinto, o profissional avisa para aquele membro que entrevistou quais serão as pessoas da família que deverão comparecer à primeira sessão, e que a família e/ou casal será convidado para o atendimento clínico dentro de 15 a 20 dias, no máximo.
O critério estabelecido é a ordem em que as famílias e casais são cadastrados, porém em caráter excepcional, em alguns casos, quando um membro da família ou do casal corre risco de vida, esse critério pode ser modificado.
5. Construção das Hipóteses
Pré-sessão
Marcado o horário para o atendimento da família ou do casal, 30 minutos antes, profissionais e alunos em formação se reúnem em uma sala para a construção das hipóteses. Nesse momento é colocado no quadro o genograma familiar sucinto da família ou casal a ser atendido e, em seguida, as informações históricas daquela família ou casal são relatadas pelo profissional, para que o grupo formule várias hipóteses. Cada membro do grupo é livre para se expressar com relação a uma ou mais hipóteses.
No final, os dois profissionais (coordenadores) com maior experiência elegem uma ou duas hipóteses finais, sendo que uma delas é nomeada como hipótese principal que, a partir desse momento, passa a ser denominada hipótese relacional sistêmica.
6. A sessão propriamente dita
O aluno trainee é convidado dentro da escala, é feito o rodízio, no qual todos os alunos em formação deverão entrar para atender. Entra no setting terapêutico um profissional mais experiente e o aluno trainne, enquanto os demais vão para traz do espelho unidirecional acompanhados de uma supervisora. É solicitado que um aluno transcreva o atendimento no momento em que ele está acontecendo.
Duração, números e intervalo das sessões:
- O tempo de duração é de uma hora.
- O tratamento completo são 10 sessões, sendo as primeiras seis sessões de alto impacto, cuja finalidade é de desestabilizar e esconstruir o padrão relacional gerador de crises, e as quatro últimas sessões são de baixo impacto, com o objetivo de reconstruir a nova configuração familiar.
- O intervalo entre as duas primeiras sessões é quinzenal, as cinco sessões seguintes são mensais e as três últimas são trimestrais. O tratamento completo perfaz um total de 15 meses.
- Durante o transcorrer de cada sessão, uns 10 minutos antes do seu encerramento, o profissional e o aluno em formação se retiram do setting para discutir junto com a equipe que está atrás do espelho qual seria a tarefa mais adequada para aquela família ou casal.
7. Supervisão após a sessão, e preparação para o próximo atendimento
É aberto para os alunos comentarem como perceberam o atendimento clínico, quais foram as observações e comentários.
Em seguida os supervisores comentam quais foram os procedimentos terapêuticos e o que pretendiam atingir com aquelas intervenções, que visavam seguir as hipóteses levantadas e foco sistêmico para
cumprimento do planejamento terapêutico combinado. São feitos os preparativos para próxima sessão.