potência e impotência

Impotência é vida e aprendizagem. Potência pode ser força, poder ou aprendizagem depende do uso. Viver é saber administrar impotências. Ao nascermos já começamos a conviver, em nosso dia a dia, com as impotências.

A forma com lidamos com as impotências durante a nossa vida é que vai dar ou não sentido a nossa morte.

O desemparo inicial do bebê representa o auge da impotência e, sem cuidados, o bebê morreria ao nascer.

O desamparo e a dependência são primos da impotência. A linha que separa a potência da impotência é muito tênue. Tentar transformar impotência em potência é armadilha.

A impotência é inata, a potência é circunstancial. Todos nascemos, vivemos e morremos tentando compreender este fenômeno de sermos ao mesmo tempo potentes e impotentes.

A vida é potência e impotência. O que vai dar sentido e significado a nossa vida é como aprendemos lidar com o fenômeno paradoxal da impotência e da potência.

A potência expressa pela pulsão de vida e a impotência expressa pelas perdas, frustações, fracassos, perda de um ente querido, enfim circunstâncias do nosso dia a dia que são inevitáveis, reais ou não, que não dá para fugir.

As expectativas e projeções que temos sobre as pessoas que amamos ou estamos ligados afetivamente são fontes de impotências. A potência e a impotência são duas facetas da mesma moeda. Na impotência aprendo, na potência me cuido para não abusar do meu próximo. A potência é falsa, a impotência é autêntica.

Viver a impotência é uma das formas de expressar a frustação de não poder transformar o outro. Ela é cuidado e respeito. O uso da força e do poder da potência frente ao outro é autoritarismo e falta de sensibilidade.

Quem ama é potente e impotente frente ao amor. O amor prescreve o lugar de aceitação e acolhimento. A aceitação pode trazer impotência: “o outro não é o que esperávamos”. A aceitação é potência frente à impossibilidade de transformar o outro naquilo que gostaríamos que ele fosse.

Por fim, ao fechar este artigo, pulsa dentro de mim, dois sentimentos:

Primeiro: o sentimento de potência por ter a coragem de expor parte do meu convívio com meus entes queridos.

Segundo: o sentimento de impotência, que me dá medo e insegurança por não saber da aceitação dos leitores sobre minha forma de interpretar vida.

Faça uma lista com cinco situações em teve que encarar algumas impotências vividas nosso dia a dia.

Faça outra lista com cinco situações em experienciou a o sentimento de potência.

Compare as duas listas, e veja o que aprendeu ao ter que lidar com estes dois sentimentos.

Caso ainda esteja “congelado” no tempo por alguma impotência vivida ou que, nos momentos de potencia, não soube lidar e acabou abusando do seu próximo, procure um profissional, ele poderá te ajudar a compreender o que é a arte de ser potente e impotente ao mesmo tempo.

Sebastião Souza
Psicoterapeuta de casais e famílias

A arte de conviver com as impotências
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