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As pessoas se casam, recasam, vivem juntas por várias razões: por amor, necessidade, manutenção do patrimônio, consanguinidade, para fugir dos sofrimentos familiares, por forças das circunstâncias de determinadas culturas, dentre outras. Pode ser também pela crença de que a relação conjugal é uma fonte de evolução pessoal, emocional, espiritual e material para o casal.

Quando a relação passa por algumas crises, os cônjuges se conscientizam do mar revolto que terão de enfrentar e se dão conta que o leme do barco apresenta defeitos. O barco do casamento está à deriva.

Não é raro que o leme de nossas vidas fique avariado, seja porque não cuidamos, seja porque não tínhamos consciência de precisar ficar o tempo todo o direcionando.

Os casamentos, em geral, se perdem nas direções quando os casais, por vezes, não sabem o significado do casamento em si. Em geral, essas relações são atropeladas pela construção de famílias, pela chegada dos filhos, compromissos financeiros, como a compra da casa própria ou a construção da carreira profissional. Até aí, tudo bem. Porém, uma importante distinção deve ser feita: casamento é uma coisa; família é outra. Geralmente é nessa confusão conceitual que o leme do barco da relação perde a direção.

Façamos a analogia do casamento como uma viagem de barco, podendo ser longa ou curta. Para viajar, é preciso um roteiro e de alguém que pilote o barco, podendo revezar a condução do leme pelas pessoas da viagem.

O casamento, em geral, longo ou curto, também precisa de um projeto, de preferência contemplando o revezamento da direção do projeto para que a relação conjugal não se desvie de seus objetivos e metas e não tenha de enfrentar, em mar bravo, ondas truculentas, levando os cônjuges à condição de passageiros assustados e apavorados diante de situações inusitadas, com a sensação que o projeto do casal está naufragando.

Conheço casais que um dos dois relata ter casado porque não suportava mais viver com sua família de origem, ou seja, é seu projeto de fuga, sem destino certo. Outro relata que casou por lealdade a sua mãe, porque queria dar essa alegria a ela. Ou, até mesmo, porque o parceiro estava muito solitário.

Caso o seu casamento não esteja à deriva, parabéns! Mas, lembre-se que os movimentos das ondas não seguem um ritmo linear e, em geral, tendem mais ao padrão aleatório. Por isso, sempre é bom dar uma conferida se o revezamento do leme está regido por uma afetividade saudável e harmônica.

Mas se seu casamento está à deriva, procure o (a) seu (sua) parceiro (a). Dialogue, construa novas rotas de viagem. Caso você ame alguém, sinta que é o (a) seu (sua) parceiro (a), trace uma nova viagem. Refaça o destino e reveze, com afeto e carinho, as posições no leme do barco da relação.

O defeito do barco pode ser mecânico, porém, a falta de compreensão entre parceiros e a má qualidade da relação para conduzir o leme à direção dos aspectos positivos do casamento estão intimamente relacionadas à maneira como se conduz a vida e se deixa levar por ela.

Espero que seu casamento não esteja a deriva. Um abraço a todos e até a próxima semana.

Sebastião Souza

Casamentos “barco à deriva” podem ter defeito no manejo do leme
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