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É de conhecimento de todos que o cenário político brasileiro é um paraíso fiscal de privilégios e benefícios para os políticos, não importando a linha partidária. Eles usam das prerrogativas do poder e da hierarquia do cargo para chantagear uns aos outros, na “cara dura”, com diz o senso popular.

As artimanhas velhas conhecidas são: cobranças de propina nas parcerias públicas/privadas com empreiteiras e no setor automobilístico; uso indevido de bancos estatais e da união para vantagens próprias ou para amigos; facilitações de empregos para parentes e amigos em gabinetes dos colegas com salários fantasmas; passaportes especiais para parentes ou amigos… É ou não é uma “ilha da fantasia”?

Os personagens da “ilha da fantasia” são mágicos e usam do ilusionismo para transformar mentiras em pseudoverdades.  

Em alguns casos, eles chegam a nomear para cargos públicos as amantes, sem que possuam critérios técnicos. Pedem um favor a um amigo que já lhes deve um favor anterior.

Na política brasileira chantagem é sinônimo de negociação. Em geral, lançam mão do caixa 2 para suas campanhas eleitorais, chantageando quem quer que seja, não importando as consequências desses atos. É como se a chantagem fosse a mola mestra dos nossos políticos.

Se você nunca foi chantageado emocionalmente por um dos familiares, cônjuge, namorado ou amigo, parabéns! É uma pessoa de sorte ou um extraterrestre.  Nada mais louco do que tentar argumentar com um chantagista familiar, ou seja, todos veem o que essa pessoa faz, mas fingem não ver para não ter de sair das suas zonas de conforto.

Em outras palavras, o velho ditado “o que os olhos não veem o coração não sente” passa a valer como “o que olhos se recusam a enxergar, o corpo paga”, com doenças psicossomáticas e autoimunes.

De um modo geral, as chantagens emocionais vividas nas convivências familiares, conjugais e nas relações interpessoais têm efeitos extremamente patológicos, pois confere ao chantagista um falso poder e a internalização de um pseudoself, ou seja, por usar o mecanismo da chantagem com as pessoas, com quem tem vínculos afetivos, e dominá-las, ele passa a acreditar que pode utilizar esse recurso perverso em todo e qualquer ambiente.

Essa falsa autoimagem lhe confere uma identidade de um impostor forte e competente junto às pessoas que domina e um sentimento de inferioridade e incompetência frente a experiências que não controla.

Em geral, o indivíduo chantagista emocional nas relações familiares está construindo um “castelo de areia”, pois quando testado no trabalho ou nas relações com pessoas que não são do seu convívio, tende a repetir o mesmo padrão manipulador, se fazendo de vítima, e geralmente se dá mal.

O chantagista emocional, quando tem que encarar os fracassos e insucessos, geralmente coloca a culpa no outro. Essa é a sua maior arma.

Uma vez que os critérios utilizados para avaliar a competência profissional no mundo corporativo são diferentes, em outras palavras, a chantagem funciona bem em dinâmicas familiares perversas, e geralmente não é eficaz nas relações de trabalho.

Na maioria das relações em que existem vínculos afetivos fortes, é atribuído à pessoa chantageada algum tipo de erro ou falha com viés emocional que se torna impagável.

Na segunda parte deste artigo, vamos conhecer exemplos concretos desse tipo de chantagem e seu impacto nas relações afetivas.

Não perca!

Chantagem política e familiar: dois modelos perversos de convivência humana – parte 1
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