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Neste artigo, navegar significa ter flexibilidade, persistência, paciência, aprender a lidar com adversidades, com o imprevisto, enfim, saber pilotar a nau, lançando mão de habilidades e talentos para sobreviver no mar revolto.

O mesmo se dá na relação entre mães e filhos. O mar, neste caso, é a vida e, cá entre nós, não sei qual dos dois mares é dotado de mais episódios imprevisíveis.

Em outras palavras, a convivência mães e filhos muitas vezes é afetiva, em outras, conflituosa, ausente, distante, mas sempre um processo relacional enriquecedor, de aprendizagem.

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Em primeiro lugar, a mãe, este ser único, capaz de gerar outro ser, parte singular de uma experiência indescritível, tem, na maternidade, a possibilidade de rever suas crenças, seus valores, ressignificar sua história de vida, por meio da convivência com seu filho, vendo germinar na sua prole o que plantou e o que está plantando ao longo da sua jornada de vida.

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Em geral, tudo ou quase nada. Porém, é de nosso conhecimento que os filhos, no início de suas vidas, passam por um estágio que Freud (1895) denominou de “desamparo inicial” e que, na maioria das vezes, é esta mãe (o pai ou quem cuida) que favorece a inserção dos bebês na ordem no núcleo familiar, na comunidade e sociedade.

De modo geral, o que acontece entre mãe e filhos é exercitar a arte de navegar em mares revoltos, encarando ventos fortes, tempestades, os possíveis obstáculos que os barcos enfrentam em função das fortes ondas.

É no barco da vida que mães e filhos desenvolvem amor, afetividade, tolerância, flexibilidade, paciência, persistência. O coração da mãe torna-se mais elástico, característica necessária para superar as circunstâncias que a vida nos impõe, se queremos ser melhores no futuro, seja como mães ou filhos.

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É na forma como uma mãe navega com seus filhos, e como eles a aceitam como piloto desse barco, que ela pode expressar os seus sentimentos aos seres humanos. Ao mesmo tempo, piloto e passageiros (mãe e filhos), nesse navegar, podem adquirir uma forma saudável e harmoniosa de velejar pelos mistérios do mar da vida.

O viver é tão necessário quanto navegar. Sem essas experiências, os filhos não conseguem enxergar as funções e os papeis que as mães exercem frente às adversidades que surgem no processo de aprendizagem e evolução que, um dia, lhes darão condições de pilotar os próprios barcos e empreender as suas aventuras pessoais.

Para que mães e filhos possam compreender os conflitos, as divergências, o amor, a afetividade, experienciados e vividos nesta relação, são necessárias muitas horas de navegação. Só assim irão atingir um grau de maturidade emocional que lhes permita alcançar uma melhor qualidade de vida.

O coração de uma mãe é quase sempre regido por alegrias e tormentas. No entanto, o que não se sabe é se os corações dos filhos aguentam as cobranças, as intolerâncias e os desesperos das mães que se preocupam quando percebem que seus filhos navegam por maremotos e tsunamis, ainda imaturos emocionalmente, não enxergando os verdadeiros perigos da vida em alto mar, sem um leme (a mãe) para lhes dar uma direção.

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Com este texto, queremos prestar a nossa homenagem a todas às mães que orientam o barco da vida de seus filhos, com carinho, afeto, amor, dedicação, paz e felicidade, ingredientes que fazem diferença, especialmente nos momentos mais difíceis em que os filhos precisam ancorar a sua “nau” em um porto seguro.

Um feliz e abençoado Dia das Mães!

Mães e filhos navegando juntos
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