
Uma nação em que os representantes das classes política, empresarial, jurídica, religiosa, e uma boa parte do povo, usam os fins para justificar os meios, para alcançar vantagens e benefícios pessoais, com certeza não é um país sério.
Uma coisa é um país, outra é a desonestidade, corrupção generalizada e o desrespeito pelo povo.
Tudo indica que nosso capital humano, social e cívico, quando não são bem cuidados e protegidos pelos representantes do povo, tende a deteriorarem-se.
De modo geral, quando o capital econômico é instalado em uma sociedade, e se sobrepõe a tudo, a tendência é que o capital humano sofra um processo de desintegração e destruição, o que torna quase impossível uma convivência saudável e harmônica entre as pessoas.
Que país é este onde os indicadores da saúde pública, saneamento básico, segurança e discriminação racial e de gênero atingem parâmetros caóticos e, porque não dizer, desumanos?
Uma coisa é um país, outra é mascarar a realidade, dizendo que os programas de saúde e educação pública funcionam.
Que país é este onde os níveis baixos da qualidade de vida contribuem para o esfacelamento das normas, regras, limites da dignidade humana, convivendo com inúmeras atrocidades, como estupros coletivos, assassinatos brutais de jovens, bem como uma corrupção criminosa e generalizada das classes políticas que fazem uso de sua representatividade para abrir caminho ao enriquecimento ilícito?
Uma coisa é um país, outra é um grupo de pessoas corruptas e desonestas que representam o povo cego de seus direitos e deveres.
O que fazer para frear um país como este?
Convido você a fazer comigo algumas reflexões.
Por que vivenciamos – e muitas vezes pela omissão compactuamos com elas – a banalização e ignorância sobre o valor do capital humano, o responsável e propulsor do bem-estar e convivência social entre os seres humanos?
Por que desrespeitamos normas, regras e leis preestabelecidas que, quando não cumpridas, expõem as pessoas a todo tipo de violência, como agressões verbais e físicas, instalando um caos social semelhante a uma terra “sem lei”?
Vamos pensar sobre estas duas questões e, na segunda parte deste artigo, falar mais a respeito.
Não perca!