
Na primeira parte deste artigo, fizemos uma análise do cenário atual de nosso país e da desintegração geral do capital humano, social e cívico que deveriam se manter pautados em valores, normas, regras, respeito, ética… Também propus refletirmos sobre os motivos que estão levando uma nação inteira a se perder de si mesma.
Em recentes pesquisas, economistas passaram a chamar de capital cívico a qualidade econômica de um País que, entre seus princípios, mantém a honestidade e a anticorrupção como valores para preservar bens materiais geradores de riqueza, responsáveis pela diminuição da desigualdade social de seu povo.
Eles concluíram que um país sério trabalha para garantir qualidade de capital humano, social e cívico, usando indicadores para medir o padrão de felicidade de uma nação.
Em outras palavras, o que fazer quando em um país onde o capital humano e essa qualidade de vida não estão bem e o capital social vai mal das pernas com crimes bárbaros e atrocidades catastróficas, gerando comoção nacional e internacional?
Como lidar com uma nação onde o capital cívico se desintegrou e gerou milhões de desempregados, devolvendo à miséria milhares de cidadãos que até então tinham uma vida um pouco mais digna?
Não sei?
Uma coisa é um país, outra é o agrupamento de pessoas não pensantes. Por isso, é urgente que paremos e tomemos consciência do que estamos fazendo com o nosso capital humano nas nossas relações pessoais, políticas e profissionais.
Não deixemos que a deterioração do capital social se alastre ainda mais. Vamos respeitar as normas, as regras para uma convivência saudável e harmônica, deixando de lado o nosso umbigo.
Com relação ao capital cívico da nossa nação, temos de olhar para nossas atitudes diárias. Como diriam uns e outros: “quem nunca se deixou corromper ou corrompeu que atire a primeira pedra”. Continuaremos sendo permissivos a pequenas desonestidades, praticando pequenos atos de corrupção ou nos manteremos íntegros, denunciando todo e qualquer tipo de atitude ilícita?
Para encerrar esta conversa, deixo um trecho do poeta Affonso Romano Sant’anna (1980) para completar nossa reflexão:
não somos nada violentos,
quem espera sempre alcança
e quem não chora não mama
ou quem tem padrinho vivo
não morre nunca pagão”.