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Vampiros são seres mitológicos ou folclóricos que se alimentam de criaturas vivas, geralmente de seu sangue. Já os vampiros emocionais têm como cardápio predileto os fantasmas familiares oriundos das questões não resolvidas, como: culpas, segredos, medos, perdas e lutos não elaborados.

Os vampiros emocionais sobrevivem sugando a essência vital de membros familiares – pais, irmãos, tios, avós, sobrinhos e parceiros conjugais – que não sabem dizer não, talvez por conta de algumas circunstâncias vivenciadas que os colocaram no lugar de eternos devedores emocionais dos “seres vampirescos”.

As suas maiores armas são as chantagens, a sedução, a irresponsabilidade, a postura de vítima e o “fingir de morto”. As relações familiares e os casamentos mal resolvidos são terrenos férteis para proliferação dessas criaturas, uma vez que a permissividade e a falta de assertividade prevalecem nessas relações.

O que mais fortalece os vampiros emocionais é a dificuldade dos membros das famílias ou um dos cônjuges em aceitar que as expectativas e idealizações projetadas naquele “ser iluminado” fracassaram. Há casamentos em que um dos membros já está “anêmico”, “magricelo”, parecendo um “morto-vivo”, de tanto ser sugado emocionalmente, mas, mesmo assim, continua repetindo com todas as letras: “Eu o (a) amo, ele (a) vai mudar”.

A codependência dos pais com relação aos filhos ou vice-versa é uma das principais desculpas para que ambos não encarem certa solidão causada pela noção de que não dá para agradar “deus” e o “diabo” ao mesmo tempo.

O tal ser mitológico tem como finalidade preencher os vazios entre a realidade e a fantasia. Os vampiros emocionais são frutos de um processo cultural e familiar que se perpetua e se reatualiza a partir dos sentimentos de inadequação e incompletude vivenciados por uma parte significativa de pessoas com medo de enfrentar os próprios fantasmas. Exemplo mais comum é um cônjuge que se divorcia e tem filhos adolescentes, que passam a culpar o pai ou a mãe por ter destruído a família. Enquanto essa mãe ou esse pai não enfrenta essa questão, os filhos acabam por “vampirizá-la (o)”, sugando todas as suas energias vitais.

Vampiros emocionais não podem ser banidos, nem são passivos de exorcismo, pois sua força está em roubar as energias alheias. Quem tentar “exorcizá-los” corre o risco de sofrer danos em sua saúde física e mental, já que o sistema imunológico pode estar debilitado.

Os fantasmas familiares e os vampiros são parentes e vivem do medo daqueles que preferem “colocar panos quentes” ou evitar conflitos quando as situações familiares ou conjugais pedem para ser resolvidas, o que exige sair da zona de conforto.

Fantasmas e vampiros tomam força quando os nossos projetos de vida pessoal e profissional estão desprazerosos e inautênticos. Talvez uma forma de conviver com os vampiros emocionais, sem se deixar sugar, é avaliando quantos sapos você tem engolido por dia para manter os diversos tipos de relacionamentos que vivencia.

Numa escala de 0 a 10, caso engula de 1 a 3 sapos por dia, você está numa boa média.

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Se passar de 5 a 7, preocupe-se, porque a sua forma de viver, engolindo tantos sapos, já caiu no gosto dos vampiros emocionais.

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Caso esteja próximo de 9 ou 10 sapos ao dia, muito cuidado: você está se transformando em um fantasma.

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Por isso, faça uma lista semanal dos diversos sapos que engole para manter a sobrevivência das suas relações pessoais e profissionais.

Vampiros são lendários e não morrem, a não ser que você elimine os próprios fantasmas familiares.

Um abraço a todos!
Sebastião Souza

Fantasmas familiares: verdadeiros alimentos para os vampiros emocionais
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