É comum ouvir pessoas, dizendo que não esquenta a cabeça, que consegue relaxar numa boa, ou então, eu nunca precisei me esforçar para conseguir atingir os meus objetivos e sonhos, estou tranquilo. Vai ser assim na escola, na faculdade, no trabalho, as coisas irão acontecer no seu devido tempo.
Essas pessoas tem a crença de que o tempo é aliado da preguiça mental.
Isolar ou esconder?
A OMS (Organização Mundial da Saúde) e os órgãos competentes recomendam o isolamento durante a pandemia e, usar essa catástrofe para fugir de si mesmo, é desnecessário.
Se isolar é diferente de se esconder. A preguiça mental é uma justificativa para pessoas que tentam se esconder na sombra da “lei do menor esforço”.
Durante o isolamento, essa lei perde força, pois o preguiçoso mental se dá conta que se esconder faz parte da sua praia. A preguiça mental é contagiosa e costuma contaminar e, por vezes, infectar os mais próximos.
Sou preguiçoso e dai?
Quando alguém adota a “lei do menor esforço” tende a passar a maior parte de sua vida, tentando ser “invisível”. O lema é: fique, sempre que possível, abaixo da linha do radar e use os seus potenciais para não ser pego pela proatividade, e não ser punido pelos ativistas mentais que acreditam que vieram ao mundo para explorar continuadamente os seus neurônios.
Os praticantes da referida lei usada por algumas pessoas, por meio do recurso contagioso da preguiça mental, logo elegem a sua primeira diretriz: “Toda proatividade deve ser castigada”.
Portanto a inatividade é uma benção.
Tem gente que pensa: Bobagem, a preguiça mental não mata.
Os neurônios
Não mata, mas degenera os neurônios de qualquer ser vivo, que precisa do mínimo de energia e informações novas para sobreviver.
Pensar é viver. Todo ser vivo se desenvolve e evolui pela atividade mental. Sem a capacidade de pensar, o ser humano não existiria.
Por isso, isolar-se é necessário. Não potencializar as suas ações cognitivas é uma forma de se auto sabotar e evitar se deparar com fracassos e insucessos. Isolar-se, devido à pandemia, é uma forma manifesta da força de vida; esconder-se é preguiça mental, um convite à morte nossos neurônios.
Como sei que você é uma pessoa sensata e está respeitando o isolamento, aproveite e procure rever aqueles projetos que não foram colocados em prática ou aqueles projetos que, num determinado momento, você teve que adiar, mesmo antes de decolarem. Esse é o momento.
Deixar o tempo te levar, usando a preguiça mental como instrumento, não parece ser uma forma saudável e produtiva de tê-lo como aliado, mas sim, como adversário.
Todos os dias perdemos neurônios, eles são esfomeados e sedentos de inquietações e conflitos, é isso que os mantêm vivos.
Quando nos escondermos, por meio da preguiça mental, estamos tirando o direito dos neurônios receberem novas informações e criarem oportunidades, de ressignificarmos nossas histórias e reinventamos nossas relações.
Isolar-se é vida, esconder-se é a negação da vida.
Como vou saber se estou cumprindo o isolamento e não apenas me escondendo?
Nosso desafio
Faça uma lista dos projetos que se comprometeu no inicio do isolamento, verifique quantos deles, você conclui e, quais teve que adiar por motivos justificáveis. Depois reflita e responda: você foi proativo ou foi contaminado pela preguiça mental?
Boa sorte!
Sebastião Souza
Psicoterapeuta de casais e famílias