
Pandemia e insensibilidade não combinam. Porém, quando a insensibilidade se torna caótica o preço pago por algumas classes sociais é bem maior.
Para melhor esclarecer, vamos definir os conceitos de pandemia e insensibilidade caótica.
Pandemia
A pandemia, segundo Organização Mundial da Saúde (OMS), é a disseminação mundial de uma nova doença.
Insensibilidade caótica
A insensibilidade caótica é quando uma pessoa fica indiferente a dor do próximo e, ao mesmo tempo, tem dificuldade para perceber o momento que estamos vivendo. A pessoa fica egoisticamente cega e impossibilitada de interpretar e prever os cenários vindouros.
No cenário atual, a insensibilidade caótica pode ceifar mais vidas do que a Covid-19.
Vejamos um exemplo
A OMS solicita, como recomendações necessárias, por conta da pandemia, que as pessoas lavem suas mãos e usem álcool gel. Mas sabemos que, em diversas partes do mundo, as pessoas passam por muitas necessidades, como falta de água potável e falta de alimentos. Como imaginar que elas possam seguir a determinação da OMS?
Imagino que a Covid-19, não combinou essa parte com os responsáveis diretos e indiretos, que somos todos nós, que facilmente, algumas vezes, nos pronunciamos sobre o tema pandemia, de um modo insensível e caótico.
A pandemia, quando usada de modo utilitário em plataformas politicas, fogueiras de “egos” em disputas judiciais e glamour midiáticos, torna-se um grande Reality show.
A insensibilidade caótica não é privilégio dos nossos governantes, mas sim, de todos aqueles que não conseguem ver além do seu próprio umbigo.
Com um agravante que na pandemia, a insensibilidade caótica coloca à disposição das pessoas, a possibilidade de apresentar suas reais facetas de falta de integridade moral, ódio, discriminações, preconceitos, indiferenças e rotulações.
Alguns representantes das classes mais privilegiadas taxam as classes sociais menos privilegiadas de ignorantes, como se as classes privilegiadas não burlassem as recomendações da OMS e dos órgãos competentes.
Então os mais privilegiados dizem que os menos privilegiados não sabem se cuidar e, por isso, acabam sendo mais atingidos pelo vírus. Como se, retirando-se a pandemia do jogo, as diferenças sociais, politicas e econômicas, não estejam matando muita gente.
Qual é a desculpa?
O ápice da insensibilidade caótica é o argumento que o mundo sempre foi assim e que, em outras epidemias, também morreram muitas pessoas.
É como se as várias circunstâncias, tais como: guerras, fome, outras doenças que ceifam vidas humanas pudessem justificar e trazer alentos para os familiares que perderam seus entes queridos nessa pandemia da Covid-19.
O vírus mata a pessoa e a insensibilidade caótica cria desesperança em todos aqueles que sonham com um mundo mais solidário. E perguntamos: O que fazer?
Minhas ações e sugestões
1- Criar o equivalente a um “prêmio Nobel da insensibilidade”, que seria dado ao governante e a nação mais insensível com o seu povo.
2- Usar a minha profissão para realizar alguns atendimentos gratuitos.
3- Sempre que posso apresento algumas reflexões sobre os relacionamentos humanos e a Covid-19 , em nosso Blog e o no Podcast.
Para sua reflexão
E você? O que você poderia fazer utilizando os seus recursos pessoais e profissionais?
Observação final
Não me considero alguém bonzinho mas, não quero correr o risco de ser colocado entre os possíveis ganhadores do “prêmio Nobel da insensibilidade” isso, com certeza, marcaria os meus descendentes para sempre.
Sebastião Souza
Psicoterapeuta de casais e famílias